1ª paciente com Covid no DF finaliza quimioterapia contra câncer de mama
Após traumas deixados pela pandemia, advogada brasiliense aguarda por cirurgia de retirada do nódulo
Nessa segunda-feira (23), a advogada Cláudia Patricio, de 53 anos – registrada como a primeira paciente de Covid-19 no Distrito Federal, em março de 2020 – finalizou as sessões de quimioterapia para o tratamento contra um câncer de mama, descoberto em outubro do ano passado e divulgado por sua assessoria no início deste mês.
Cláudia ainda estava realizando exames em decorrência do quadro clínico deixado pelo Covid-19 quando o diagnóstico de câncer de mama chegou: “Houve uma clara percepção – da minha parte e da equipe médica que me acompanhou em home care – de um grande nódulo no meu seio esquerdo que eu nunca tinha percebido antes e o que mais me assustava é que ele crescia rapidamente”.
Em entrevista, a moradora do Lago Sul assumiu o choque inicial ao receber o diagnóstico e contou: “Tentei fugir um pouco porque já imaginava o que eu teria que enfrentar. Meu fiel e amado esposo mais uma vez assumiu os detalhes junto à equipe médica. Confesso que preferiria não saber dos detalhes. Depois do medo, veio o choro, os silêncios, mas toda a diferença é feita pela Fé e pelo amor da minha família e amigos. […] Esse amor opera milagres e creio que receberei mais um das mãos de Deus”.
A advogada realizou uma bateria de exames no primeiro trimestre de 2021 e foi aconselhada pelos médicos a começar o quanto antes o tratamento contra o câncer, mesmo ainda fragilizada pelo coronavírus: de acordo com o cronograma, foram 12 sessões de quimioterapia semanalmente e um ciclo de quatro sessões a cada duas semanas.
O tratamento quimioterápico, realizado no Hospital Sírio Libanês de Brasília (DF), foi necessário para diminuir o nódulo e evitar a metástase. Agora a expectativa da paciente e seus familiares é para a cirurgia de retirada do nódulo, que deve acontecer em setembro.
Primeira infectada no DF
No início de 2020, Cláudia contraiu o vírus em uma viagem ao Reino Unido, com o esposo André de Souza Costa, que também testou positivo. Ela chegou a ficar internada na unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital Regional da Asa Norte (Hran) – 46 dias em coma induzido – e passou por uma recuperação em um hospital particular do Lago Sul, em decorrência das sequelas deixadas pelo coronavírus (Covid-19). Somente em junho e, após diversos tratamentos, Cláudia se curou e recebeu alta.
No dia 5 deste mês, Cláudia Patrício recebeu a segunda dose da vacina Astrazeneca contra a Covid-19, em um ponto de vacinação no Parque da Cidade e segue realizando fisioterapia, terapia ocupacional, acompanhamento fonoaudiólogo, pneumológico e cardiológico, devido às sequelas deixadas pelo vírus.